quarta-feira, 15 de agosto de 2012

15 Agosto 2012


Mergulho Azul

Olho o mar, encantado de ternura
Com ouro de espuma, salgado
Num doce paladar de tempo, hum!
Numa lembrança, momento
Numa recordação de agradável sofrimento
Numa cascata de fragrância sabor, memórias
Numa luz de estranhas sombras
Que me petrifica em perdidas histórias.

Inerte recordo o teu quente abraço
Quando na face me beijavas
E segredos confidenciavas
Tesouros e lendas de encantar sussurravas.

Vem outra vez a mim
Como fazias em tempos d'oiro
Sozinhos eramos o Mundo
Uma vida, vagabundo.

E na areia da praia sentados
Na chuva que nos embalava
teus dedos em meu cabelo enlaçados
Em teu ventre a cabeça deitava
Num relógio que parava
Naquele tempo que não volta
O sol que não dormia
Num grito de revolta
Do mar se ouvia.

Mas um dia, esse maldito dia
O sol não nasceu,
O relógio não parou,
A chuva não caiu,
O barco ao cais não regressou,
A areia da praia desapareceu,
A sereia não cantou,
A tua mão no meu cabelo não entrou,
O sussurro deixei de escutar,
O beijo já não senti,
O teu abraço não estava ao deitar.

Partiste naquela rua sombria
Num adeus que não vi
Numa profundidade azul
Num mergulho de saudade que bebi.

Jorge ortolá

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