sábado, 16 de junho de 2012

Castelos de areia

Oiço o ribombar dos tambores
que marcam o chamamento guerreiro
meu sangue nas veias corre,
salta, se arreganha perfilado.


Sinto o erguer das plumas lanças,
das tochas de sentimento fervente
das capultadas emoções
que numa cascata de dor,
fúria, escudos em flor,
me disfarçam o ardor.


Atacam o quê, não sei!
Abafam o porquê, quem sabe?!
Aniquilam a ânsia e a revolta
num espasmo de estrebucho 
ao acordar no crepúsculo. 


Em meu sangue cavalos relincham
troteiam suas patas num estranho dançar,
crinas de penas ao vento, esse vento
Vento esse que me baralha o pensar.


Olho o céu azul de Castelos cheio,
Castelos de criança deitada a sonhar,
Castelos de esperança, incerteza e ingenuidade 
que um dia, sim um dia tarde,
Castelos de lágrimas se vão desmoronar,
desfazer na realidade escondida
de uma criança olhar.


Jorge Ortolá

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