Acordo na noite fria,
Onde a lua, essa elevada lua
aconchegada numa manta de nuvens, chora.
Chora lágrimas do tempo,
chora lágrimas de saudade,
chora lágrimas mudas de sangue,
chora a solidão da noite,
numa eterna escuridão.
E ao longe
num infinito prazer de luz,
vê o sol raiar, no seu esplendor
Altivo, de manto laranja e coroa de flor,
ergue-se aos céus e canta.
Canta o som da luz imensa,
Num cantar perfeito, soalheiro
abafa a lua, que ao deitar,
adormece nos seus sonhos perdidos,
no seu leito, só,
nos seus encantos perdidos.
Canta a graça da manhã,
na harpa de uma sereia,
na voz de rouxinol,
na gloriosa, mágica epopeia
do mais puro marinheiro
Feroz aventureiro, conquistador guerreiro.
Jorge Ortolá
Sem comentários:
Enviar um comentário